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Os Censurados, banda já extinta, merecem ficar para a história da música rock independente portuguesa como banda emblemática dos finais dos anos 80. Como qualquer banda punk que se preze, os Censurados sempre foram exemplo acabado do 'faça você mesmo'.
Foram pioneiros e inovadores, em Portugal, ao colocar num disco influências até aí circunscritas a uma subcultura. Beberam a herança dos Xutos & Pontapés e a rebeldia dos Crise Total / Kú de Judas, postulando todos os cultos e angústias de uma «lost generation». Curiosamente, na altura em que os Censurados acabavam, o punk renascia pelo mundo fora...
Em 1988, os Censurados foram fundados pelo antigo vocalista dos Kú de Judas, João Ribas, que a seu cargo tem a voz e a guitarra. A ele juntou-se o guitarrista Orlando Cohen, o ex-membro dos Peste & Sida o baterista Samuel Palitos e ainda o baixista Fred Valsassina.
Em 1990, conseguiram editar o primeiro álbum que dava pelo nome de Censurados. Álbum esse que os retirou do anonimato muito em parte graças ao single do mesmo nome.
Em 1991, sai mais um álbum desta vez intitulado Confusão, que conta com grandes músicas tais como "Kaga na Cultura", "Coxa" e "Americano Gordo" que ilustram bem as influências da banda.
Em 1993, e após vários anos de estrada, editam o álbum Sopa que conta com o single homónimo e com uma participação de Jorge Palma no tema "Estou Agarrado a Ti", para o qual emprestou a voz e escreveu a letra.
Em 1994, dá-se o fim dos Censurados. Desta feita, acabam em grande, com a participação no disco Filhos da Madrugada, um tributo a Zeca Afonso, para o qual reeditaram uma das músicas mais famosas deste cantor de intervenção intitulada "O Que Faz Falta". Este álbum vendeu mais de setenta mil unidades e contou com a participação de várias bandas como Xutos & Pontapés, GNR, Delfins e Madredeus entre muitas outras.
Em Junho é feito um concerto no Estádio de Alvalade, inserido no programa de Lisboa 1994 - Capital Europeia da Cultura. Este concerto tinha como objectivo a promoção do álbum Filhos da Madrugada. Este conseguiu ser o maior concerto de sempre dado em Portugal por bandas portuguesas num memorável palco enorme e onde se usou meios de som nunca antes ou/vistos em Portugal. Neste concerto, os Censurados tocaram "O Que faz Falta" e ainda mais dois grandes êxitos da sua carreira.
Em 1998, há uma reedição dos álbuns Censurados e Sopa, pela editora de Tim, "El Tatu" como que já a prenunciar o regresso da banda aos palcos, no ano seguinte.
Em 1999 dá-se a reaparição dos Censurados para alegria dos fãs. Reaparecem na colectânea de tributo aos Xutos & Pontapés, designada por 20 anos 20 Bandas, para a qual gravaram "Enquanto a Noite Cai" e ao contrário do que tinha sido anunciado por João Ribas, a reaparição dos Censurados não ficou limitada a uma música. Entretanto resolveram partir juntamente com os Xutos & Pontapés na tour de promoção de 20 anos 20 bandas. O ponto alto foi no Festival Sudoeste onde os Censurados tiveram um grande aceitação por parte do público.
Para grande infelicidade dos fãs, este ressurgimento dos Censurados ficou por aqui...
O que é feito dos Censurados?
Os membros dos Censurados não ficaram parados e ainda bem porque como é certo e sabido parar é morrer.
João Ribas, em 1997, funda os Tara Perdida, uma banda que tem bastante sucesso dentro do movimento punk português. Esta banda conta com dois álbuns editados e um terceiro em vista. Esta banda teve um dos seus pontos altos em Faro, com uma actuação ao lado da conceituada banda da nova vaga de punk americano, NOFX.
Samuel Palitos ingressou em bandas como os LX90 e nos Sitiados, ao lado de João Aguardela e actualmente é o baterista da banda do seu grande amigo To Trips, os Lulu Blind.
Fred Valsassina está à frente do clube de fãs dos Xutos & Pontapés e participou recentemente nas gravações do primeiro disco de Tim a solo "Olhos Meus", no qual participou também o baterista Samuel Palitos.
Orlando Cohen criou, em 1997, a banda Porta Voz, que tem um som menos punk que os Censurados, mas continua na mesma onda.
Em 2005, na terça-feira de 20 de Dezembro, o jornal Blitz vai reeditar o mítico primeiro álbum dos Censurados pela módica quantia de 7.5 euros + o jornal e eu acho que certamente será uma boa oportunidade para adquirirem esta raridade e uma óptima «prenda» de Natal antecipada que todos devemos oferecer a nós próprios e àqueles que nos são mais chegados. Além de que se tratará de um excelente «aperitivo» para a biografia que o meu querido amigo Renato Conteiro está à meses a elaborar e que será editada no ínicio do ano de 2006.
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